segunda-feira, 9 de março de 2009

The scenario

Infinitamente, a história repete-se.
O cruzamento, Aquele cruzamento.
Não há automóveis nesta estrada de terra, nem movimento. Apenas um escuro cruzamento.

Olho para a direita e lá estás tu, uma velha cara familiar. Esperas-me de braços abertos, aceitas-me como sou, com ou sem defeitos. Mas eu não consigo olhar para ti da mesma forma. Não da forma como me vês, nem da forma como te via. A tua imagem desfoca-se. Não te consigo ver como te via antes...

Dou meia volta para ver o lado esquerdo. Nada há de negro naquela margem. Um mundo exótico, sensual, apelativo. Eu quero seguir em frente, experimentar algo novo, aventurar-me. Mas algo me impede.
E se tudo não passar duma máscara? Uma velha máscara de Carnaval.

Confusa, olho para trás. O que há lá? Demasiada informação para descrever fielmente. Demasiado vácuo, também.

Sem me aperceber, enfrento a minha frente. Essa, sim, permanece uma incógnita.

Até que... Um vulto surge, dirige-se a mim... Passos largos, firmes. Familiares.
Os mais familiares. És TU!
Outra vez...
Sem aviso, tu estás lá. Aproximas-te e eu desiludo-me.
Afinal não passava duma miragem. Ou de uma memória.

Evanescente permanece a minha frente.




I know that You're there, somewhere
Just don't know If you'll find me.

Um comentário:

  1. às vezes uma frase é suficiente para deixarmos de reconhecer uma pessoa que julgava-mos conhecer perfeitamente.

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