Podia ter sido uma corrida eterna
Os pés estavam pesados e as pernas cansadas quando entrei num túnel escuro.
Demasiado escuro para os meus olhos distinguirem qualquer forma. Caminhei às cegas apoiando-me nas paredes sujas e escorregadias. Metiam-me nojo mas era a única forma de me manter de pé.
Não sei exactamente quando aconteceu, mas a certa altura comecei a ver uma luz branca. A luz intensificou-se até eu estar numa sala completamente branca. Os olhos doíam-me com a intensidade da luz. Fechei-os por um segundo e de repente não havia comunicação com o túnel. Apenas 7 portas brancas fechadas.
Uma sala redonda com as 7 portas iguais.
Aproximei-me da primeira e tentei abrir. Estava trancada.
Aproximei-me da segunda e o resultado foi o mesmo.
Comecei a sentir umas palpitações.
Com a mão a tremer tentei abrir a 6ª porta.
Depois de tentar em vão abrir a sétima, deixei-me cair no chão polido.
As náuseas eram fortes. Fechei os olhos por dois segundos e vi uma mesinha no centro da sala. Era uma mesa quadrada, baixinha, inteiramente feita de vidro.
Sem perceber a sua utilidade, sentei-me em cima dela à espera que um coelho branco aparecesse a qualquer momento, vindo do nada.
Mas nada aconteceu. Passados 3 minutos olhei para a porta que tinha em frente aos olhos e reparei que tinha agora uma maçaneta vermelha. Ou já teria antes?
Impossível eu não ter reparado!
Dirigi-me lentamente a ela, ainda sentindo dores musculares.
Mas no momento em que ia pôr a mão na maçaneta detive-me. Algo me impedia de avançar. Um bloqueio mental demasiado forte.
Em vez disso fiquei imóvel a olhar catatonicamente para a porta, esperando, talvez, que a qualquer momento ela se abrisse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário